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Celebrando o Dia da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha: A Força das Mulheres Quilombolas na Produção Agroecológica

Escrito por   em 25/07/2024

Neste dia 25 de julho, celebramos o Dia da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha, destacando as histórias inspiradoras de mulheres quilombolas que promovem a produção saudável de alimentos em suas comunidades. Em especial, as moradoras dos Quilombos Boa Esperança, em Areal, e da Tapera, em Petrópolis, que mantêm viva a tradição de plantar hortas e quintais produtivos, reafirmando a conexão ancestral com a terra e o sustento familiar.

Essas mulheres desempenham um papel fundamental na preservação da cultura e na promoção da agroecologia. No Quilombo Boa Esperança, Valdinéia da Silva Santos Gomes, de 52 anos, cultiva uma variedade de alimentos, incluindo alface, mostarda, chicória, beterraba, jiló, quiabo e couve. Como uma das líderes da comunidade, Valdinéia destaca a importância da agroecologia como caminho para uma vida mais saudável, tanto para sua família quanto para os vizinhos, promovendo também a geração de emprego e renda.

“Agroecologia para mim é vida. Tenho o maior orgulho de colocar na minha mesa uma alimentação sem agrotóxicos. E não só para mim, para minha família, mas para os vizinhos também”, afirma Valdinéia, que compartilha sua produção com outros moradores e busca fortalecer o papel das mulheres na comunidade.

No Quilombo da Tapera, Eva Casciano, de 40 anos, também é um exemplo de liderança e dedicação ao cultivo de um quintal produtivo, que inclui ervas medicinais e um pomar comunitário com espécies como banana, laranja, tangerina, amora, pitaya, goiaba, grumixama, mirtilo e framboesa. Eva enfatiza a importância do protagonismo feminino na agroecologia e o intercâmbio de conhecimentos com outras comunidades, como o Quilombo Boa Esperança.

“A gente tem buscado muito um protagonismo feminino na agroecologia. Sempre aconteceu, mas a gente não falava tanto, não tinha tanto apoio e, hoje em dia, temos buscado esse fortalecimento. Temos feito muitas trocas, até com as mulheres do Quilombo Boa Esperança, que fica aqui próximo. Estamos visitando os quintais delas e elas os nossos e fazemos troca de alimentos”, compartilha Eva.

Para Eva, a agroecologia vai além do cultivo de alimentos; envolve uma preocupação integral com o meio ambiente e o bem-estar da comunidade. “É um plantio preocupado com todas as questões ao nosso entorno, né? Envolvendo o cuidar do nosso próximo, o cuidado com a terra, com a natureza. O que a gente está colocando no nosso corpo? O que a gente está oferecendo para o nosso próximo? Tudo isso eu entendo como um conceito de agroecologia”, explica.

Essas iniciativas são apoiadas pelo Projeto Ará, realizado pela Fiocruz desde 2021, com o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável e a saúde em comunidades tradicionais. No Quilombo Boa Esperança, o projeto tem contribuído para a melhoria da qualidade da água, saneamento ecológico e fortalecimento de sistemas agroflorestais. No Quilombo da Tapera, além do quintal produtivo e do pomar comunitário, está em curso a revitalização do horto de plantas medicinais e ornamentais.

Lucia Helena Almeida, agrônoma no Fórum Itaboraí, destaca que as ações voltadas à promoção da agroecologia nos territórios quilombolas ampliaram a diversidade de cultivos, fortalecendo a segurança alimentar e a soberania das comunidades.

Em um contexto onde a insegurança alimentar afeta 20% dos domicílios rurais no Brasil, segundo relatório da Rede PENSSAN em 2022, as mulheres quilombolas de Boa Esperança e Tapera se tornam um exemplo de resistência e esperança, combatendo a fome e promovendo a sustentabilidade através da agroecologia.

 


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