Caso Lucas Paquetá: entenda a investigação contra o atleta brasileiro que joga na Inglaterra

O meio-campista Lucas Paquetá, do West Ham, está sendo investigado por supostamente se envolver em um esquema de apostas e ter violado as regras da Football Association, federação inglesa de futebol. Por conta disso, sua transferência para o Manchester City, que custaria cerca de 70 milhões de libras (R$ 439 milhões), acabou sendo cancelada.

Segundo informações divulgadas pelo site Lance, a casa BetWay, pouco utilizada por apostadores no Brasil, notou um grande crescimento em apostas na região de Ilha de Paquetá, onde o atleta nasceu. As apostas eram voltadas para que o brasileiro recebesse um cartão amarelo em jogo dos Hammers contra o Aston Villa, pela 27ª rodada da Premier League de 2022-23. Isso foi o suficiente para a BetWay começar a desconfiar de uma movimentação diferente.

A Football Association é completamente rígida no tocante a questões de envolvimento de atletas com apostas. “A FA quer preservar o que há de bom no belo jogo e criou regras sobre apostas no futebol para ajudar a proteger a integridade e o futuro do futebol. Estas regras aplicam-se a todos os envolvidos no futebol, desde os jogadores e dirigentes, aos árbitros e funcionários do clube. […] Nenhum participante pode apostar em uma partida ou competição em que esteja envolvido naquela temporada, ou que possa influenciar, ou qualquer outro assunto relacionado ao futebol relacionado à liga em que joga. Os participantes também estão proibidos de usar ou passar informações privilegiadas para apostadores“, diz a federação no comunicado.

Em entrevista ao blog Lei em Campo, Carlos Henrique Ramos, advogado especializado em direito desportivo, conta que a FIFA tem apertado o cerco contra a manipulação de resultados no esporte. “Na nova versão do Código Disciplinar da FIFA-2023, no artigo 20, fica previsto que o envolvido com manipulação de resultados, após apuração por Comitê de investigação independente, formado por pessoas de fora da cadeia do esporte, fica inicialmente sujeito a suspensão por, no mínimo, 5 anos e multa mínima de cem mil francos suíços. (o franco suíço hoje equivale a R$ 5,34)”, explicou.