Inacreditável: vereadores votam contra moção de apoio ao fim da escala 6×1 de trabalho

Petrópolis, 14 de novembro de 2024 – A Câmara Municipal rejeitou uma moção que defendia o fim da escala 6×1, proposta pela Vereadora Júlia Casamasso, na sessão de quinta, 14. Com 4 votos contra, 3 votos a favor e 8 abstenções, a moção não obteve aprovação dos parlamentares, e tinha como objetivo apoiar a mobilização nacional em defesa da redução da jornada de trabalho, em pauta no Congresso Nacional.

Ao apresentar a moção, a vereadora Júlia destacou os impactos negativos da jornada de trabalho na vida dos trabalhadores, enfatizando que jornadas exaustivas comprometem a saúde física e mental, além de afetarem a convivência familiar. “A escala 6×1 limita a vida dos trabalhadores ao trabalho, privando-os de tempo com a família e o lazer. Precisamos lutar por uma legislação que valorize o tempo de vida das pessoas”, argumenta a vereadora.

A moção visava reforçar o coro iniciado pelo movimento Vida Além do Trabalho (VAT), que reuniu aproximadamente 2,3 milhões de assinaturas em uma petição para o fim da escala 6×1. A campanha visa pressionar parlamentares a apoiarem uma proposta de emenda à constituição (PEC), que modifica essa jornada. A PEC já conta com cerca de 200 assinaturas na Câmara dos Deputados.

A expectativa era que a Câmara Municipal enviasse a moção aos deputados federais do Rio de Janeiro, solicitando apoio à tramitação da PEC, mas com a rejeição da proposta, essa manifestação não será encaminhada. “Hoje ficou claro quem são os vereadores que estão do lado dos trabalhadores”, lamenta Júlia.

“O que nos chocou foi ouvir argumentos de alguns defendendo que não podemos mudar a jornada de trabalho, se não o país quebra. Esse pensamento é desonesto. Um exemplo disso é o Plano Safra, que distribuiu mais de 400 bilhões ao agronegócio, enquanto micro e pequenas empresas que são responsáveis por mais de 60% dos empregos no nosso país e que necessitam de crédito, e não tem problema com outros tipos de escalas, ficam desassistidas. Eu não vi nenhum desses vereadores, que hoje votaram contra a moção , se posicionando contra essa realidade”, conclui a vereadora.