Terras demarcadas abrigam 75,41% da população quilombola em Petrópolis, aponta Censo Demográfico
Escrito por Bah Ribeiro em 05/05/2024
Os dados inéditos do Censo Demográfico, divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (3), revelam informações valiosas sobre a população quilombola e indígena, oferecendo insights cruciais para orientar políticas públicas.
Pela primeira vez na história do país, o Censo investigou a população quilombola e indígena, fornecendo uma análise abrangente de suas características demográficas, geográficas e socioeconômicas.
De acordo com os números do Censo 2022, em Petrópolis, 75,41% das pessoas quilombolas residem em terras demarcadas, reconhecidas pela União e destinadas à preservação da cultura. Os dados também revelam que 24,59% da população quilombola vive fora desses territórios oficialmente delimitados, representando apenas 0,02% do total de habitantes da cidade.
Destaques do Censo: Sexo, Idade e Tendências
Os dados do Censo 2022 não apenas abordam a distribuição geográfica, mas também fornecem informações vitais sobre sexo, idade mediana da população e índice de envelhecimento. A idade mediana dos quilombolas em Petrópolis é de 34 anos, com um índice de envelhecimento de 90,00, indicando uma proporção de 90 pessoas com 60 anos ou mais para cada 100 pessoas de até 14 anos.
População Indígena: Tendências e Mudanças
O Censo 2022 também revela insights importantes sobre a população indígena em Petrópolis. Composta por 177 indivíduos, todos vivem fora de suas terras demarcadas, representando 0,06% da população total do município. Comparado ao Censo de 2010, houve uma queda de 14% no número de pessoas indígenas.
Os dados destacam uma idade mediana de 43 anos para a população indígena, com um índice de envelhecimento de 252,94. Além disso, a proporção de homens para mulheres é de 78 para 100.
Comparação Nacional e Implicações
Ao analisar o cenário nacional, o Censo revela que apenas 12,6% da população quilombola reside em territórios oficialmente delimitados, enquanto 75,03% dos indígenas residem em territórios demarcados. Essas estatísticas são cruciais para compreender as necessidades dessas comunidades e orientar políticas inclusivas.
Enquanto isso, os quilombolas mantêm uma idade mediana de 31 anos, quatro anos abaixo da população total do Brasil. Por outro lado, a população indígena apresenta uma idade mediana de 25 anos, dez anos abaixo da média nacional.
Esses insights não apenas fornecem uma visão abrangente das comunidades quilombolas e indígenas, mas também destacam a importância de políticas públicas sensíveis às suas necessidades específicas.