Vigilância em Saúde: cuidados no pós-chuvas
Escrito por Bah Ribeiro em 26/03/2024
Desde a manhã de domingo (24/03), equipes do Departamento de Vigilância em Saúde da Secretaria de Saúde de Petrópolis vêm atuando nos pontos de apoio e nas áreas de deslizamentos e alagamentos para orientar a população em relação à transmissão de doenças que podem ter maior incidência no pós-chuvas. Uma dessas doenças é a leptospirose, transmitida principalmente pela urina dos ratos e ratazanas.
Técnicos da Vigilância Epidemiológica estão nas comunidades levando informações à população sobre leptospirose, dengue e demais doenças transmitidas por vetores, além de covid e gripe, e também avaliando a situação vacinal quanto à difteria e o tétano. Já a Vigilância Ambiental, também ligada ao Departamento de Vigilância em Saúde, realizou avaliação dos pontos de apoio e arredores em relação a situação de vetores como roedores e possíveis criadouros para o Aedes aegypti e também avaliou a qualidade da água de consumo humano por meio do programa VIGIAGUA. Além disso, os trabalhadores que passaram pelos pontos de apoio e que se encontram no abrigo receberam o acompanhamento do CEREST (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador), com orientações e assistência.
“Neste momento de crise, todas as secretarias se voltaram para atuar, cada uma em sua área, afim de reestabelecer a normalidade no município. A Secretaria de Saúde, principalmente, tem um papel fundamental na atuação junto às comunidades para minimizar os impactos na saúde após as chuvas”, disse o prefeito Rubens Bomtempo.
Leptospirose
Uma das principais doenças que podem aumentar a incidência após as chuvas é a leptospirose, causada pela bactéria Leptospira. A doença é transmitida pela urina principalmente de ratos e ratazanas com a contaminação em áreas alagadas e lama. A leptospirose é uma doença febril aguda, que tem como sintomas também as dores musculares, cansaço, náuseas, tosse, diarreia, manchas vermelhas no corpo e olhos vermelhos.
“Os sintomas da doença podem aparecer até 30 dias após a exposição, mas normalmente ocorre entre 7 a 14 dias e podem ser confundidos com outras doenças. Por isso é importante que em caso de suspeita, as pessoas procurem atendimento médico rapidamente e informar na unidade de saúde que teve contato com a lama ou enchente”, orientou Marcus Curvelo, secretário de saúde. “Quanto antes for iniciado o tratamento, mais chances de a doença não evoluir”, acrescentou.
Prevenção
Os trabalhos da Vigilância em Saúde são coordenados por Alessandra Cardoso, diretora do departamento. De acordo com ela, com as inundações, aumenta o risco de contágio, por isso, as pessoas precisam evitar andar em áreas alagadas ou com lama, já que a bactéria pode penetrar no organismo por meio de pequenas lesões ou mesmo exposição da pele por muito tempo em água contaminada.
Ela orienta o uso de equipamento de proteção no manuseio de objetos atingidos por lama ou inundações. “É preciso usar material de proteção, como luvas e botas, para a limpeza dos locais atingidos pelas enchentes. A água sanitária é eficaz para eliminar a bactéria que causa a doença e devem ser usados na limpeza das casas e outras áreas”, orientou.